Faz dias venho pensando muito sobre novas/velhas experiências aprendidas em nossa familia. Existe uma que considero lapidar que é o nosso conhecimento vasto e profundo sobre barro, lama e poças d´água. É impressionante o conhecimento da familia sobre essa questão. Como se deve andar no barro? Como sair de um carro atolado na lama e não ficar sem sapato? Como não perder a pose ao empurrar um carro e afins? Como evitar que respingos de lama entrem orelha adentro? Como levantar, após desatolar e escorregar seja lá o que for, sair correndo e ainda pular dentro do veiculo que não pode parar? Como enfrentar os sorrizinhos céticos dos parentes ao saber que vamos descer para a cidade e bailar? Kombi! Um veiculo emocionante na lama... Como voltar de um baile e sobreviver quando o que se quer é só deitar? O momento da desistencia, do entregar os pontos... A impotência... Como evitar que a touca feita durante três dias no cabelo crespo se inutilize? Como não desistir do baile quando você se encontra a 14 quilometros dele, sendo que 4 desses quilometros são de barro? Como salvar a prima que desce mas não chega, da outra que tenta e cai na vala, do outro primo que chega a grudar o fundo do carro no barro? Sem contar parentes que ao voltar da farra coloca o jeep no canavial...Gostaria de falar sobre tudo isso mas devo ser seletiva. Esta semana descobri algo aterrador: Posso entender muito de barro, lodo(detesto) lama, mas não sei nada sobre enchentes. Esse é meu novo tema. Há muito o que rir mas há muito o que chorar, também. Familia que atola unida sem dúvida permanecerá unida, mesmo exausta.