Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.
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7 de dez. de 2009

Natal, Waldeneuza, Katya, meu papai, Cristina e o xixi-coco

Tomavamos o café da tarde como sempre nesse domingo dia 06 de dezembro. Conversa vai conversa vem, mamãe teve um daqueles acessos famosos da familia de começar a rir por se lembrar de algo vivida uns aninhos atrás, sem conseguir parar. Aguardamos e assim que ela conseguiu se controlar, nos contou que num dos Natais passado, lá casa da vovó na cidade, na hora da ceia tia Waldeneuza chegando com a familia para cear. Até aí tudo bem e normal. O único fato atípico era que não só estava grávida mas como também calma como um lago Titicaca (mais ou menos como a Wanilda, não é mãe?Ou seja, tem a contração e decide lavar a cabeça e, detalhe, secar o cabelo enquanto o André - nosso irmão- cronometrava as contrações? Sim, disse, é isso mesmo, fazer o que?).

O problema é que o Adenir, meu pai, estava sentado a mesa e começou a ficar um pouco tenso. Ficar tenso para o meu pai era algo mais ou menos como:  temos de sair daqui já! Ele agachava e perguntava para minha mãe, Waldete, por que sua irmã não vai para onde deve? E minha mãe dizia, sei lá, ela quer cear conosco, fazer o que? Minha tia se mostrava tranquila rindo, falante (e acredito "escutante" da preocupação de meu pai) demosntrava casa vez mais, que não pensava em sair dali tão cedo, pois daria tempo. Perguntei onde estava tio Antonio e me respondeu: sentado a mesa. Não estava preocupado com a tia, mãe? Não, fazer o que? Em minha santa inocência , perguntei para onde ela deveria ir, onde era o hospital? Que hospital, minha filha? Ela tinha de ir para casa e chamar a parteira, fazer o que ?... Pensei com meus botôes: se eu estivesse lá grudaria no meu pai. Mãe, mas não havia perigo dela ter de deitar na mesa, sobre o peru e parir? Sim, havia, mas fazer o que? E onde era a casa dela, mãe? Ah! Era lá perto do colegio das freiras... E como ela acabou indo? Não lembro se ela foi a pé ou alguem levou, não sei, só sei que seu pai estava tão nervoso e tão preocupado que acho que ela resolveu  naquele momento nos dar Katya como afilhada. Começamos a rir imaginando a cena com os participantes naquela mistura de sentimentos, emoçoes, preocupações que dominam nossa familia em determinadas situaçoes e falando mais que a boca.

Meu pai era um ser em pânico diante de qualquer problema de saúde de qualquer pessoa. Lembro-me dele sempre tomando providências FORA da casa e LONGE do problema, pois havia chances enormes dele desmaiar. Continuamos a rir e conversar, sabem como é, não é? Quando alguem lembrou de uma viagem minha para Itajaí com uma amiga e na sequencia: o cocô da Cristina.

Havia um ritual interessantíssimo na casa de meus primos Klaber e Dalva. Num dado momento a Cristina, um toquinho de gente fofíssimo de um ano e pouco pegava seu peniquinho colocava próximo da mesa do café da manhã, onde nos encontravamos, sentava e começava a fazer suas necessidades básicas. Nos olhávamos para ela acreditando que fosse se constrager e nada, continuava numa boa sem dizer uma palavra observando-nos com seriedade. De nossa parte procurávamos revelar nossa compreensão fazendo um esforço danado para nao engasgar na tentiva adulta de revelar naturalidade e não cair na gargalhada, fazer o que? Durante os dias que lá estivemos essa cena aconteceu 98% dos dias, portanto, muito dificil de esquecer, sinto muito Cris.

E daí? qual é a necessidade de escrever sobre isso? Nada de mais. E só para relembrar que no dia 25 de dezembro a Katya nasceu e não é a toa que gosta tanto de familia, de festa, de enfeites e para explicar o fato dela, as vezes, ser um pouco `dramática`, `preocupada` e aflita: foi a energia passada pelo meu pai. Além do mais é para lembrar que em nossa familia acontecem tantas coisas simultaneas que sair do Natal e parar no penico da Cristina é normal, fazer o que?
beijos pessoal!