Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.

7 de ago. de 2012

A incrível história do ralo que sumiu

Já devo ter dito isso em algum momento e não vejo razão para não repetir: As vezes em nossas vidas acontece cada coisa que no minimo causa grande estranhamento. Foi o que aconteceu aqui em casa ontem. O caso em questão merece registro daí eu prescindir de falar da tia Marocas e comentar esse pois vou esquecer como tantos outros já se foram.

Não sei na vida das pessoas acontecem cenas inconfessáveis tais como escovar os dentes, bochechar a água, abrir a gaveta e cuspir tudo lá dentro... Ou então perder o bombril recém comprado que de repente aparece dentro da geladeira e por aí vai...

Faz anos a Ly implica com nossos ralos aqui em casa. (Ly para quem não sabe é minha irmã caçula). Temos medo de que entrem baratas nojentas, então colocamos sobre eles, quando não estão em uso, um saquinho plastico assim como quem não quer nada. Pois ela acha um absurdo, afinal de contas é antiestético e antiético (como diz meu eletricista). Sem dúvida é muito deselegante, mas fazer o que, não é? E ela respondia: comprar um que  gire e feche, ora bolas!

O tempo foi passando e ela reclamando até que há duas semanas atrás apareceu aqui com os ralos modernos, brilhantes e novinhos em folha, que comprou e nos deu. Seu maridão de bom grado limpou o local e  os colocou nos lugares, lindos e formosos. Devo dizer que nossa casa ficou mais bonita com os ralos hi-tech. É muito legal rodar com o pé a bolinha simpática em cima deles e girar ao nosso bel prazer (termo antigo, heim? )

Bom, nesse final de semana aconteceu algo estranho. A Ly foi dar um banho na Teresa e ao invés de armar a banheira resolveu colocá-la no chão do box da nossa mãe, ou seja, em cima do ralo. Não quis ajuda, portanto não sabíamos o que ela tinha feito lá no banheiro. É importante frisar isso pois vocês verão como podemos dar um nó no cérebro chegando a difamar as pessoas.

Após o banho arrumou a criancinha, esvaziou a banheirinha, deu papinha para o bebê e partiram todos para seu lar.

Fomos dormir e ao acordar ontem minha mãe me diz: Minha filha o ralo sumiu! Quem me conhece bem sabe como sou de manhã, principalmente ao receber notícias desse mote. Hã? O que mãe? Que ralo? - O ralo do meu banheiro ele não está lá. - Como não está lá, mãe? - Não está. Ontem quando fui deitar vi que não estava lá. - Ah! Vai ver ficou grudado na banheira pois a Ly deu banho na Teteca com a banheira  no chão, disse eu numa tentativa vã de solucionar o problema.-  Não está. Já olhei e a Maria também.
Não é possível! deve estar por ali mesmo - e fui tomar café. 

Maria subia e descia escada e a cada hora me dizia, Wania, não achei o ralo. Já procurei atrás do vaso , na pia, atrás da banheira e embaixo, já vi 3 vezes. Não encontro. Lá da sala a mãe me disse: Minha filha, será que a Ly colocou no bolso? - Mãe, que raio a Ly iria fazer com ralo no bolso? Sei lá, minha filha, está todo  mundo com a cabeça quente... É, pensei, nisso ela tem razão as vezes fazemos cada coisa....

Ligo para minha irmã e não consigo falar com ela. Tudo isso já próximo do meio dia. Daqui a pouco retornou a ligação e fiz então a já famosa pergunta: Ly, cade o ralo? - Que ralo, Wania? O ralo do banheiro da mamãe. - UAI, eu não peguei ralo nenhum! - A mamãe quer saber se você não pôs o ralo sem querer no bolso. - EU, Wania? O que eu iria fazer com um ralo no bolso? - Sei lá! Só sei que o povo está procurando o ralo e não acha(na minha família mais de uma pessoa é povo, gente). - Pois eu não peguei, vai ver ficou preso na banheira... - Já procuramos e nada!!! - Meu Deus do céu será que estou ficando doida, Wania? - Não sei Ly, só sei que ela e a Maria não param de falar do ralo. Vamos fazer o seguinte: vou procurar em outros banheiros pra ver se não foram parar lá rodando ou coisa assim, disse eu sem a menor segurança. Deixei a Ly insegura e aparvalhada com a situação e comecei eu a procurar o ralo também.

Subi para o andar de cima com minha mãe e a primeira coisa que fiz foi entrar no banheiro dela. Olhei espantada para o chão e vi, com os olhos que essa terra há de comer O RALO, em seu devido lugar, corretamente instalado. Me virei e falei - mãe, o ralo está aqui, quem achou? - Ela disse eu não achei; Maria você achou o ralo aonde? Não achei, Dona Waldete. E ai percebi tudo o ralo sempre estivera ali. Elas estavam chamando de ralo a latinha que fecha os buraquinhos do ralo. Chegaram a levantar o ralo para procurá-lo, não é coisa de doido? Bem ,dizem os antigos: O lugar mais escuro é embaixo da luz.

Pois é, meus queridos. O mais dificil foi ligar para a Ly a noite e contar-lhe o episódio inteiro e ainda ouvir da parte dela não só uma gargalhada mas como também um desabafo: Wania, passei a tarde toda pensando onde eu enfiei o ralo!

5 comentários:

  1. Além de rir a cena inteirinha passou pela mente. A narração dá uma sensação de déjà vu. Seria interessante Wania, editar o blog na forma de um livro. Já pensei nisso pois os escritos são valiosos e ficarão para a geração futura, pois sei que daqui a pouco blog não será mas a "boa da vez"! Livros são eternos e tudo que está aqui é a "nossa" história.
    Saudades e beijos

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  2. Concordo com vc, Tatinha. O problema é que não sei como "sacomé"?
    beijos meninas e que bom que gostaram

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  3. Estou com acesso de tosse de tanto rir! Ôoo meu povo

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  4. Ri muito. Faz bem me contar as coisas logo que acontecem, pois cada vez menos nossa memória tem capacidade de armazenamento. Bjs

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