Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.

11 de set. de 2009

Falamos mal uns dos outros? ou queremos mal uns aos outros?

Uma das coisas mais curiosas para não dizer características de familias grandes é a mania que temos de falar uns dos outros. Sempre fiquei muito intrigada com isso. Desde pequena vi e ouvi pessoas da familia falando uns dos outros com uma regularidade espantosa. Aprendi desde cedinho que o silêncio era o melhor a fazer. Primeiro por que não adiantava nada eu me perguntar de quem falavam, do que falavam e por que falavam, afinal eu era criança e criança que se prezasse não deveria participar, saber, perguntar nada para os grandes. Isso era pecado mortal. Mas curiosamente, havia algo intrigante: nunca impediram que ouvissemos nada. Meu questionamento girava em torno de questões tais como: eles não tem medo que essas pessoas saibam? Nossa, que pena nunca mais vou poder visitar fulano, beltrano e sicrano? E agora? As vezes as pessoas tinham acabado de sair do ambiente e o povo (como chamamos grupos de pessoas num mesmo local) já começava a falar... Você viu só? Eu não disse? Beltrana estava certa quando nos avisou sobre isso e aquilo, não é? Achava esquisitissimo a postura dos adultos de então.
Será que hoje ainda é assim? Será? Tenho muitas duvidas afinal de contas a educação atual, muito bem comentada pela cantora que a Katya postou ontem, nos mostra claramente que a geração apos a nossa é diferente. Estou pensativa sobre isso desde ontem. Aconteceu um mal entendido ou sub-entendido que me deixou muito incomodada e meu pensamento voou longe pensando, pesando tudo o que aconteceu. Chegou tão longe que imaginei cenas muito tristes tais como: será que permanecemos como a geração anterior, adorando um "futrico"? Mas se não nos encontramos mais pessoalmente, talvez o querer ou a necessidade de falar mal permaneça, só que através da tecnologia. Foi um Toimmmm na minha cabeça. Pensava, ah, não é possivel, hoje somos adultos esclarecidos e não perderiamos tempo com tal coisa desprezível, pois pelo menos o pessoal da geração anterior não falava na surdina, na calada da noite ou como teens que praticam o bullying através de fakes na internet...
De repente pensei num bullying familiar. Será que existe? Na minha familia não creio, apesar de minha "viagem" noturna fiquei lembrando do quanto nos queremos bem, do quanto nos falamos de frente, do quanto nos alertamos sobre determinada coisa - ou seria engano meu? Minha prima Flávia escreveu um e-mail "cobrando" a participação de todos num determinado evento; eu, de minha parte, já imaginei que ela estava falando de mim, claro, de quem mais seria? Respondi de maneira enfática e à italiana como sempre faço, especialmente se estou ´menstruada mentalmente`, o que era o caso. NOSSA!! Foi um show de telefonemas, de desencontros, de atordoamentos, de mágoas, de explicaçoes etc e tal. Até que ao final da noite liguei para ela e conversamos civilizadamente e vimos que não era bem o que entendemos e ficou o dito pelo não dito.
Foi após esse telefonema que fiquei a refletir sobre os famosos diz-que-diz de familia até chegar a possibilidade (absurda é claro) de gente conversando através de programinhas feitos para esse fim. Não sei se acontece tal coisa, e se acontecesse creio com certa segurança que não seria o caso entre Flavia e eu, pois procuramos nos encontrar e limpar as duvidas by phone, aliás, diga-se de passagem mais da parte dela do que da minha. Telefonou tantas vezes para meu celular que para atendê-lo em determinada momento fiz um movimento exótico qualquer e caiu caixa para um lado, tampa para outro e bateria no banco atrás onde estava a bolsa. Duro foi montar tudo novamente e sem bula. Valeu pelo folclore.
Mas retomando o fio da meada, minha reflexão me deixou um tanto deprimida pois fiquei imaginando o quanto seria pequeno esse tipo de postura na familia. Temos nossas desavenças, desencontros de ideias, opiniões antagônicas, mas é isso que isso torna tudo muito rico quando pensamos nas situações vividas. No entanto, se por uma ficção cientifica isso estivesse acontecendo, minha tristeza não teria tamanho, pois não seria mais o caso de falar mal, mas sim de querer o mal, né?

19 comentários:

  1. Waninha,
    Posso dizer uma coisa?
    Falar mal de nós só é permitido a nós mesmos. Se o falar mal vier da boca de alguém de fora....viramos bichos! Defendemos com unhas e dentes qualquer um dos nossos. Nós nos queremos bem!
    Os "antigos" diziam que o sangue fala mais grosso. Concordo, pois em todos esses anos de vida profissional pude observar que toda família fica doente...só nos resta saber se é um simples resfriado ou algo mais grave....rsss
    ....para buscar o rémedio correto. E o mais engraçado é que identificado o problema todos vão à farmácia.
    beijos

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  2. Concordo com você em gênero, numero e grau. Você já percebeu como nós entendemos de doenças? (mesmo aqueles que desmaiam com as descrições como eu mesma?)
    Bons sueños.
    Vc merece garbosa enfante.
    Inté

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  3. Muito bem colocado, Prima, comme d'habitude!
    Você sempre brilhante!
    A melhor coisa do mundo é transparência e jogo aberto, né não?!
    Vamos falar claro todo o tempo: assim todos sabemos onde estamos pisando, todos sabemos o que vai no pensamento, na alma, e na intenção de cada um.
    Difícil? Sim! É mister que haja coragem, muita coragem para se colocar, para se expor.
    Todavia, precisamos nos lembrar que a verdade sempre vence, a verdade é soberana. Mais cedo ou mais tarde ela vem à tona. Useless to think otherwise, como diria Shakespeare!
    Mil beijos a toda esta família, por vezes confusa, mas muito, muito, muito querida!
    Eloina

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  4. Katya - não muito presente
    Pois estou ilhada.
    Sem uma OI decente nesta terrinha... a linha telefônica não funciona, a velox está para para tartaruga cega.
    Portanto, presente mas ausente!
    Voltarei em breve.
    Acenos a todos!

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  5. Bem... acho que agora posso colocar algumas palavras juntas aqui, sem que a prestação de serviço telefonico me coloque no chão.
    À todos que lerão : Coragem é para POUCOS.
    Colocar as cartas na mesa claramente continua sendo para muitos POUCOS. Falar claramente seus sentimentos então... nem comento.
    Muito poucas pessoas eu tive a sorte de conhecer nesta vida, que agem desta forma.
    O íntimo das pessoas é uma terra que ninguém pisa.
    Comentários superficiais, desnecessários e por vezes desastrosos podem acarretar estragos. Estragos estes que às vezes não te conserto! Nem mesmo com toda clareza necessária.
    Venho aprendendo AINDA a me calar em certas horas... Mas ainda erro muito. Como humana, irei morrer aprendendo... e por falar em morrer, espero viver ainda bastante para aprender muita coisa.

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  6. wania,

    qdo acontece algum mal entendido comigo, a primeira coisa que faço é ir direto na fonte pra saber aonde errei, se errei e qual foi o problema. Mas só faço isso se realmente foi comigo e se me sinto incomodada. Qdo a coisa é comigo, vou atrás, se não é, "ema, ema".
    O que pensam de mim, pouco me importa. Sei que tem pessoas que gostam, outras que não. Então me preocupo apenas com quem e com o que realmente interessa. Não fique nessa elocubração tão gde. Continue vivendo sua vida e resolvendo SEUS problemas sem dar importancia demais para os outros.
    Tem um ditadinho que fala "falem mal ou bem, o importante é que falem de mim ... use-o.
    Bjs

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  7. Faço minhas as palavras da Laura!! E as da Katya também! Não tenho o poder de citar Shakespeare, mas estou aprendendo, no vocabulário coloquial mesmo, falar e escrever meus sentimentos. Até os mais egoístas. Me dou esse direito.

    Qdo expus meus agradecimentos àqueles que retornaram meus e-mails e minha mágoa àqueles que não o fizeram - foram alguns, fui mal interpretada, mas mesmo assim recebi o "remédio"para um simples resfriado, mas por outro lado, adoeci um pouco mais em saber que isso tudo tomou, dentro do seu peito Wania, um rumo diferente do que eu queria. Eu só queria uma resposta, e não COBREI participação. Essa é a verdade! E ela estava lá. Sinto muito ter te contaminado com a gripe! Vamos juntos buscar um remédio...

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  8. Acabei de entrar com a intenção de tecer alguns comentários quando começou a cair um pé d´água fenomenal por aqui. Como não tenho certeza de que as janelas estão fechadas irei fazer a vistoria de sempre. Se parar eu voltarei e comentarei, tá? Desculpem-me.
    Beijos para todas que aqui estão.

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  9. Minha mãe dizia uma coisa muito simples.
    Se estamos brincando com uma bola em uma parede, e jogamos esta bola com muita força, ela pode não vir novamente na nossa mão ou até bater no seu rosto, se a jogamos com desdém, ela cai no chão toda hora e temos que abaixar e a brincadeira acaba perdendo a graça. Pior ainda, se a jogamos por cima do muro, a brincadeira acaba, e essa não é a intenção, o propósito é outro, é que ela bata no muro e volte certinho na nossa mão.
    Por isso gostaria que a minha brincadeira com essa bola novinha que eu acabei de ganhar, não faz muito tempo, e com esse muro que eu acabei de pintar com as cores mais bonitas que existem, continuasse, pois a brincadeira até aqui foi uma delicia, e espero que continue.
    Pois é muito chato trocar de muro toda hora, e de bola nem se fala.

    Um beijo bem apertado a todos

    Wander

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  10. Cada vez sou mais fã deste menino!!!
    Ô menininhobunitinho siô!!!!
    Wander, que belo homem você se tornou... Valéria, que maridão, meninos.. que paizão!
    Te amo Wander com todo meu coração!
    Beijo meu querido e amado primo!

    Até rimou! Acho que estou me perdendo aqui de não escrever minhas memórias em prosa e verso!!!heheheh

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  11. Oi quridos primos
    Não sei se vocês irão aceitar... mas, tenho algumas sugestões de temas para podermos voltar a lembrar das coisas boas e divertidas vividas pela nossa família: Que tal as viagens de kombi com o papai (lembro de uma, eu bem pequena, em que a Waninha comeu várias bananas!!!)..., das farras de pastéis de queijo no mercado de Paraisópolis..., do baile de carnaval em que a Wanilda, Katya e Wania me produziram para poder entrar no clube e... o Tio Zé Lima, avisado previamente, estava de prontidão para impedir... (fui barrada no baile, literalmente).
    Vai aí algumas sugestões. Se aceitas, vou gostar muito de lê-las... beijos à tod@s.
    Kenya em Burgos/Espanha

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  12. Kenya

    Vou contar umazinha só, mas não se esqueça que foi vc quem jogou a bola, eu só sou a parede.

    Brincadeirinha.

    No seu casamento e de Jorge, fomos para Feira meus pais, Welson, tia Filinha, tia Waldete, tio Adenir, André e eu em dois carros,com certeza.
    Foi uma viagem muito gostosa, me lembro disso até hoje, tirando o tombo que a tia Filinha levou em um hotelzinho e Teófilotoni, batendo a cabeça na ponta de uma mesa de centro, mas acabou tudo bem tirando, a broca de todos para com ela coitada.
    Chegando a Feira, Da. Walda, como me lembro era assim que os vizinhos e amigos que chegavam à casa a tratavam casa, sempre cheia, comida deliciosa. Avia um cachorro em um corredor na lateral da casa que segundo ela era muito bravo.
    Conheci a casa do tio Figando e tia Lucile, as meninas eram pequenas, bem pequenas.

    Agora vem a melhor parte, não me lembro exatamente o ano mas acho que foi entre 80 e 82, eu sou de 67, tinta por volta de 13 a 14 anos, o que foi que descobri, um Fusca novinho, na cor bege na garagem, cheirava novo, era do Klecius, (se o nosso Fusca falasse em amigão), Feira ficou menor que Paraíso, que delicia, levava todo mundo a onde queria, era o motorista da casa, estava no céu, o que eu mais gostava de fazer na vida dirigir.

    Tinha um hotel, não me lembro o nome com uma piscina maravilhosa, íamos todos os dias pela manhã, foi muito bom pode ter certeza.

    Tem alguns outros detalhes que eu conto a você pessoalmente, no pé do ouvido.

    Um beijo bem grande a vc e ao Jorge

    Saboreia uma paelha ai por nós

    Wander

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  13. Oi Querido,

    Foi em 82. O hotel era o Feira Palace, freguentávamos sempre, principalmente quando a Waninha e a Wanilda iam nas férias de Junho prá lá. Bolas desse tipo jogarei sempre...

    Pode deixar que comerei todas. Tá um friozinho bom danado aqui.

    beijos na turminha daí.

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  14. Obrigada Wander, pois se não fosse você estaria falando sozinha mais uma vez.Talvez por não saber/falar a mesma linguagem. beijos

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  15. As lembranças das aventuras na Kombi do Tio Antonio a gente não esquece jamais, a maior que me lembro, foi quando sem querer,(SEM QUERER MESMO)deixei escapar um “traquezinho” inocente num dos passeios que estávamos fazendo. - Não sei pra onde estávamos indo e nem porque o Tio Antonio não dirigia, quem estava ao volante era o Kleber, talvez fosse porque tinha tirado carta de motorista recentemente, sei lá, só sei que era ele dirigindo, tia Waldeneuza na frente, no banco do meio, Klecinho, Klauss eu mais alguém que não lembro, Alfredo talvez, fiquei da traz da tia, mais alguns outros no ultimo banco que também não estou recordando; Naquele relaxante momento, achei que somente eu seria testemunha de tal imprudência, enfim soltar um peidinho inocente não é tão pecado assim, mas que pretensão, o GÁZ em fração de segundos quase causou a maior guerra mundial já assistida, o Kleber berrou xingando e acusando o Klauss, esse de bate pronto pegou no pé do Klecinho afirmando que só poderia ter sido ele e que conhecia muito bem o cheiro dos peidos que soltava, o klecinho já na defesa mandando bala no Kleber que por ele ter sido o primeiro a se rebelar com certeza era o responsável pela atitude nefasta, agressiva e imprudente, e por aí foram batendo boca, a tia mandando se calarem, o clima pesado, fui me encolhendo perto da porta, quase debaixo do banco, mas o gozado que somente eles se acusavam, fiquei rezando para que ninguém resolvesse cheirar sabem lá onde de todos, pois com certeza seria descoberto e provavelmente massacrado dentro na Kombi ou pior, jogado pra fora dela, foram momentos de tensão minha gente,não foi fácil, fiquei muito preocupado mas finalmente foram acalmando e provavelmente chegamos ao destino e tudo ficou esquecido, esses traumas mexem com a cabeça de qualquer criança, a gente sofre, mas depois de mais 35 anos agente ri pra caramba, rsrsrsrsrsr.... Beijo a todos.

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  16. André,
    Olha o que vc desencavou do fundo do baú de memórias...isso em Psicologia é mto bom, pois um trauma lembrado e colocado pra fora deixa de ser trauma...mas a situação deve ter sido hilária...

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  17. Mas, pum "COLOCADO PRA FORA" não deixa de ser pum.

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  18. E ainda tem que torcer pra não feder muito...

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  19. Gente, ´oceis desencravaram coisas do arco da velha...
    Será que o arco era da velha? Mas ela tinha forças....?

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