Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.

18 de jun. de 2009

É um prazer ...

Essa é para você, Olavo. Como diziam nossos avós: "É um prazer. Vamos entrá, a casa é sua!". Assim foi o tempo todo. Não havia quem nossos avós não recebessem com satisfação na casa deles. Cresci ouvindo e vendo-os recepcionarem quem quer que fosse como um amigo da casa. E poucos não retornavam, sabia? Conheci pessoas "de fora" dentro da casa deles diversas vezes e, sabe o que é mais incrível? Eles também. Não faziam questão de oferecer nada mais nada menos do que aquilo que tinham no dia a dia. Se havia fartura, dividiam. E se a coisa estivesse difícil, também dividiam. A porta nunca estava fechada e mesmo assim ninguém entrava sem antes dizer "cença...", limpar os pés e tirar o chapéu. Havia confiança, havia prosa, havia respeito pelo lugar do outro. Penso que nossos avós nos prepararam para sentirmos confiança no outro. Para acreditar que os seres humanos são gente boa, para que ajudássemos uns aos outros "sem olhar a quem"... Você sabe que as vezes observo mais problemas entre nós, parentes, do que com gente de fora? Curioso, né? Espero que eles não tenham se decepcionado muito. Nós, seus netos e netas, gostamos de receber as pessoas; de um cafezinho bem feito, de uma fatia de bolo simples, de uma boa prosa pois é como ficamos a par do que acontece aqui e acolá, como eles faziam. Muitos ainda mantemos a porta aberta sem receio, mesmo ciente de tanta violência, desrespeito entre tantas coisas que ficamos sabendo e vivemos. E é a partir de coisas assim que fico pensando sobre questões educacionais: aprendemos muito, introjetamos um caminhão de sinais quando criança mas não aprendemos a abrir mão dessas coisas. Um gesto vale mais do que mil palavras, não é mesmo? Cada porta que precisamos fechar, mesmo num dia de intenso calor, nos violenta. Não foi isso que vivenciamos, não foi isso que aprendemos... No final das contas é claro que fechamos! Mas aí percebo que a primeira violência que sofremos é praticada por nós mesmos... Não quero que se sinta barrado. Seja benvindo: "Talvez a gente até tenha um cafezim requentadim no fogão. Fique a vontade. Mas, se esperá um tiquim, já já faremos um fresquim, viu? Senta aí. Vamos proseá antes, não é?"

7 comentários:

  1. Bom diaaaaaaaa!!! É sim, aquele bom dia de chefe de acampamento de inverno em Campos do Jordão. Enquanto “umas” são produtivas na madrugada, outras nem precisam dormir para poder “parir” palavras. Quem me conhece, sabe do que falo.
    Wania com suas reminiscências, traz do passado a lembrança de um tempo bom. De um tempo em que a maldade no coração das pessoas não estava instalado, um tempo em que tivemos a sorte de viver.
    Como era bom “deixar a porta aberta” e sem desconfianças deixar entrar “o outro”.
    Tudo bem colocado por você Wania, a dona da casa, educadamente e elegantemente como nos foi ensinado. Não esperava outra atitude de uma pessoa que foi criada dentro dos padrões “mineiros”, com os valores profundo de boa educação.
    Então faço coro contigo : Boas-vindas Olavo. A casa é sua, “sente-se e sinta-se” à vontade. Temos um prazer enorme em receber uma pessoa que sabemos que só nos acrescentará.
    E saiba que um cafezim quentim sempre terá para você e todos que quiserem prosear conosco.

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  2. Olá, Olavo!
    Como minhas primas bem disseram, esteja á vontade! Vamos prosear.
    Gostamos de conhecer pessoas, elas sempre acrescentam algo. E como bons mineiros ( mesmo aqueles que não são e que aprenderam por osmose) gostamos de contar "causos"....e como temos "causos" para contar, mas também gostamos de escutar. Sinta-se em casa. O cafezinho já vem...pode estar certo de que ele chega...dos quatro quantos deste país, onde cada um de nós o prepara para receber os amigos.

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  3. Olavo

    Seja muito bem vindo, e sinta-se a vontade.

    O seu café é puro, açucar ou adoçante?

    As tias mais velhas, (me desculpem, a Geórgia me corrige sempre. "pai, não é velha, uma senhora".)

    Então vamos lá, as tias mais senhoras, como tia Filinha, tia Marocas, tia Geni, e tantas outas, como as tias irmãs de minha mãe.

    Quando apareciamos, com amigo novo na familia, depois de servir o café, uma rosquinha, um bolo de fubá com queijo, ou mesmo um queijinho fresco.
    Sentavam em alguma lugar, geralmente uma de cada lado, e começava ai o interrogatório, simples e sem escapatória para o coitado, ou quem sabe a coitada, pelo menos naquele momento.
    Quantos anos tem, faz o que, trabalha aonde, estuda o que, filho de quem é,nome da mãe e do pai, completo, sobrenome e tudo, endreço se possivel, etc etc e etc.

    Olavo bricadeiras a parte seja muito bem vindo.

    Já fiz a minha parte de Tia, e vc nem tomou o café ainda.
    Vai esfriar! Come um pedacinho de bolo?

    abç

    Wander

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  4. Olavo o lema é: Pode chegar na hora que achar que deve, se estivermos acordando fazemos o café, almoçando colocamos mais agua no feijão, lanchando trazemos mais um pedaço de bolo se for na hora do coxilo da tarde, pode ter certeza que vamos dormir e a gente dorme mesmo e deixamos "ocê" cuidando da casa, ok?

    Grande abraço

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  5. Qui bom iscutá tudu issu docêis. Quanta saudade! Inté pareci qui ouçu a voz da Tia Filhin...
    É ler o que vocês falam e imediatamente entrar no tunel do tempo que zuuuuuuummmmm me leva célere dançando pelos perfumes da memória.
    Quanta gente maravilhosa, inesquecível, sempre presente nas minhas recordações!
    Mil beijos meus procêis todos.

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  6. Voltei...
    com uma recepção dessas nossa me sinto em casa..olha que folgado rs..
    Mas agradeço sim o carinho com que me receberam aqui neste cantinho tão familiar..
    acho que pq me faz lembrar o quanto queria um grande familia..

    Desculpe a demora em retornar..estou viajando e as vezes o pc não pega por nada..
    e ainda estou em um pessimo momento da vida..

    Grande abraço e beijo a todos..

    Olavo

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  7. MUITO PRAZER OLAVO!
    SINTA SE EM CASA MESMO, POIS O BOM DE FAMÍLIA GRANDE É ISSO, SEMPRE CABE MAIS UM.
    SE QUISER FALAR SOBRE O MOMENTO RUIM EM QUE ESTA PASSANDO, SOMOS TODOS OUVIDO, AFINAL QUEM NUNCA PASSOU POR UM MOMENTO RUIM. E QUANDO FALAMOS DO PROBLEMA E SOMOS OUVIDOS, ELE SE TORNA MENOS PROBLEMA.

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