Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.

15 de set. de 2009

Do Sapucaí ao Itajaí I

Faz dias venho pensando muito sobre novas/velhas experiências aprendidas em nossa familia. Existe uma que considero lapidar que é o nosso conhecimento vasto e profundo sobre barro, lama e poças d´água. É impressionante o conhecimento da familia sobre essa questão. Como se deve andar no barro? Como sair de um carro atolado na lama e não ficar sem sapato? Como não perder a pose ao empurrar um carro e afins? Como evitar que respingos de lama entrem orelha adentro? Como levantar, após desatolar e escorregar seja lá o que for, sair correndo e ainda pular dentro do veiculo que não pode parar? Como enfrentar os sorrizinhos céticos dos parentes ao saber que vamos descer para a cidade e bailar? Kombi! Um veiculo emocionante na lama... Como voltar de um baile e sobreviver quando o que se quer é só deitar? O momento da desistencia, do entregar os pontos... A impotência... Como evitar que a touca feita durante três dias no cabelo crespo se inutilize? Como não desistir do baile quando você se encontra a 14 quilometros dele, sendo que 4 desses quilometros são de barro? Como salvar a prima que desce mas não chega, da outra que tenta e cai na vala, do outro primo que chega a grudar o fundo do carro no barro? Sem contar parentes que ao voltar da farra coloca o jeep no canavial...Gostaria de falar sobre tudo isso mas devo ser seletiva. Esta semana descobri algo aterrador: Posso entender muito de barro, lodo(detesto) lama, mas não sei nada sobre enchentes. Esse é meu novo tema. Há muito o que rir mas há muito o que chorar, também. Familia que atola unida sem dúvida permanecerá unida, mesmo exausta.

14 comentários:

  1. Quem entende "cara pálida"??????????
    A única que eu conheço que sabe perfeitamente como é desatolar um carro com maestria, é você! Em mais ninguém eu confio esta missão.
    Por falar em missão, lembra do dia em que Salvador veio abaixo?? Que em plena paralela eu botei em ponto morto, puxei o freio de mão e toda saltitante saí do carro, no meu salto 15, dei a volta no carro, embaixo de um toró, mas vamos combinar, em momento algum perdi o charme, vai.... e todos em meu entorno, com cara de interrogação, sem saber o que se passava.
    Mas eu com toda propriedade de quem NÃO entende de problemas pneumáticos em situações escrabrosas, pedi a você que tomasse a direção e lá fomos nós, garbosas , plainando na paralela, como se fosse um jetsky... mas sem nunca perder a pose, claro.
    Com você na direção, seja em um fusquinha, ou em um boing, enfrento todos os penhascos do caminho da roça!
    Quem conhece, sabe dos precipícios que tínhamos que enfrentar, principalmente de madrugada!!!
    As curvas de Santos é que diga!!!

    ResponderExcluir
  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!
    Waninha você é hilária! E mais: parece que estou vendo as cenas das quais você trata neste seu bem-humorado post!
    Por que será que está você ainda esperando para aventurar-se muito mais neste seu indubitável talento para a escrita, hein, Prima?! Livros, além de artigos, de textos, hum?
    Pode crer, Prima, pode crer. Não se é sagitariana brilhante por acaso!
    Mil beijos, com minhas reverências e toda a minha admiração,
    Eloina

    ResponderExcluir
  3. Lembro-me de um carnaval, a Juliana tinha uma amiga que tinha um Gol novinho em folha, fomos pro baile em Pariss. Alfredo Augusto foi com o carro do tio Wolney, até porque ele estava na fase de namorar dentro de carro. A Wania também estava na fazenda e não quis ir conosco. Bem, claro que choveu a cântaros e tivemos que vir mais cedo pois a Ciça nunca tinha dirigido em estrada de terra. Claro tb que atolamos e ainda amassou a porta do Golzinho. Já estávamos quase chegando - quase na penúltima subida e escutávamos um carro acelerando. Ótimo, o Guto tá subindo e nos tirará daqui. A aceleração continuava e naada. Depois de muito esperar - pois tínhamos a certeza que tinha carro subindo - com dificuldade mais subindo, aparece o carro do tio Wolney com o Guto dirigindo e a Wania no carona. Uai? Como?

    A Wania, decidiu descer pra resolver um perrengue, aliás acho que esse carnaval foi o último com ele e na volta atolou, acho que ela tinha uma caravan, tentou e tentou sair (era a aceleração que escutávamos) e não conseguiu e sabia que teria de dormir no carro mesmo. Graças aos nossos anjos da guarda, apareceu Alfredo Augusto pra nos dar carona!

    Em enchente, minha mãe tem uma lembrança dela no jacá do burro, com águas por todos os lados...

    Vou lembrar direito da história com ela e depois conto! Aliás, vou pedir pra ela me contar e eu escrevo aqui, pois os termos que ela usa são especiais.

    ResponderExcluir
  4. Obrigada meninas. mas foi aprendizado sofrido. naquela noite, Fla, a unica coisa que não poderia fazer eu fiz: dirigir com raiva. Eta nois. Na curva miserável acelerei na hora errada e a varavan com sua bundinha modesta me colecou de volta para Paraiso. Pensava: AH! Não! Nem morta! Pode voltar para onde estava. E ela muito obediente voltou direitinho , mas tão direitina que caiu na vala. Lembro-me de ter aberto o vidro e colocado o indicador na parede de barro grudada no carro enquanto ruminava: tomara que essa PAREDE NÃO DESBARRANQUE EM MIM. Fechei o vidro e tentei dormir. quando ouvi o som da cavalaria do general Custer chegando na presença de um herói só: Guto. Só dava para imaginar a trilha sonora de Indiana Jones.
    bjs

    ResponderExcluir
  5. Tenho uma proposta a fazer.

    Dentro de mais ou menos uns trinta dias as chuvas por lá vão começar pra valer.

    Podemos fazer um RALI com 24 horas de duração para relembrar os velhos tempos.

    Ou até melhor, para que fique mais realista, podemos perguntar ao Fofão, qual é o próximo baile, que tal?

    Eu me habilito.



    Beijos


    um pouquinho só tentando reviver os bons tempos.

    ResponderExcluir
  6. Wander, como se dizia antes na volta da praia: Segunda!
    Mas os carros não deverão 4x4.Que tal?

    ResponderExcluir
  7. Tá combinado, vou ver o dia do baile, subimos pelo Corrego da Foice e vamos até Campos do Jordão por terra, ou saimos de Campos e descemos, como queiram.
    Acredito que tenha alguma coisa em Paraiso no 12 de outubro, vou ver com o Fofão.

    Combinado é combinado em, vc dirige, carros com no maximo dois adultos, crianças à vontade.

    bjão tra vez

    ResponderExcluir
  8. Wander e Wania,
    Me incluam fora dessa...ahahah! Já passei da idade de gostar deste tipo de aventura...amo dirigir, mas no asfalto, pode até ser uma serra, mas sem chuva e lama.
    Tenho várias histórias de atolarmos na estrada da fazenda, mas tem uma que não me esqueço...
    Tio Libaldo ligou de São Bento perguntando se não iríamos passar o natal lá e que teríamos que ir rápido, pois a chuva que estava armando era feia. Fomos...chegando na ponte, que estava inclinada, aliás, bem inclinada, minha mãe pediu ao meu pai para parar, pois o Tio Libaldo tinha falado para passarmos a pé, pois a ponte não aguentaria o peso e tal...descemos, passamos a pé, meu pai em seguida com o carro, bem devagar, aquele perrengue todo, entra de novo no carro, embala pra subida, sobe de lado, volta porque não deu, embala de novo e vai, minha mãe cai na risada...era mentira a história de passar a pé na ponte...ela teve a idéia na hora e nós acatamos sem pestanejar, ai meu pai ficou indignado com ela...quer dizer que se eu caisse no rio sozinho, problema meu, né? E ela, bem séria: pois foi pensando em voce mesmo, se vc caisse, estariamos todos lá pra tira-lo do rio.
    Pelo que me lembro, subimos um pedaço de carro e outro a pé mesmo, com os presentes de natal, as comidas, as roupas. Enfim, uma aventura, mas um natal inesquecível.

    ResponderExcluir
  9. E a farra que era ficar pulando no fundo da Kombi pra fazer o sacolejo e não atolar?

    ResponderExcluir
  10. Eu topo mesmo. mas tem de chover um tanto, né?

    ResponderExcluir
  11. D. Wayne está aqui ao meu lado rindo e ainda lembrando:
    "Papai quis passar o natal na fazenda. Mamãe falava sempre: "ignorância do Benedito". Sairam de Paraiso, uma chuvarada, enchente grande. Eu tinha 1 ano e 3 meses. O Figango tinha nascido em 29/11, um bebê, que foi carregado no braço estendido de um capataz da fazenda. Eu, Waleska e o Wolney dentro do jacá do burro, com pancadas de chuvas de tempos em tempos, o Wolney caindo em cima da Waleska, e ela ficando brava com ele. Mas não era por conta da molecagem, e sim pelo sacolejo do burro. Me lembro do papai rasgando meu vestido encharcado e grudado no corpo, entanguida mesmo e o sol na janela me aquecendo em cima da cama dele. Senti um conforto! Aliás sinto até hoje esse conforto. Ele nos acudiu! Fez chá quentinho.
    Depois de muito tempo, perguntei pra mamãe porque ele rasgou meu vestido. Ela respondeu: Você estava entanguida minha filha. Mas Wayne, como vc lembra dessa história??? Vc era muito pequena!!

    Quando a mamãe foi dar banho no Figango, viu que o saco dele estava com água. Tiveram que voltar pra cidade e Dr Afonso fez punção. Depois do natal!!

    E não era pra ter feito!!!! E a Wania também! Ela tinha um carocinho no pescoço que não era pra ter tirado. Como também o Klaus, que tinha um no saco e depois que retirou, modificou o metabolismo do menino e começou a engordar.
    Beijos e bênçãos
    Wayne"

    Como diz a Katya, uma história puxa outra...

    ResponderExcluir
  12. Há muito tempo, em São Bento do Sapucai (não sei o que estávamos fazendo por lá), houve uma enchente e para atravessar as águas até um ponto seco da estrada que nos desse condição de voltar par casa, em Paraisópolis....só de canoa! Estavam meu pai, minha mãe, o Alfredo com uns 3 para 4 anos e "euzinha", ainda um bebê. Evidentemente não lembro de absolutamente nada, mas sempre ouvi de minha mãe essa história todas as vezes em que alguma enchente ocorria em qualquer lugar do Brasil ou do mundo. Ela ficava aflita pelos desabrigados e preocupada com as possíveis mortes. Dizia.. "não há nada pior do que a fúria das águas.....quase morremos em uma enchente em São Bento". e lá vinha a história...."seu pai segurando a mim que tinha você no colo e ao Alfredo e, ainda, preisava ajudar o canoeiro....a canoa enchendo de água....seu pai pedia para o Alfredo, que estava assustado, que fosse retirando com as mãozinhas a água que entrava, só para distraí-lo.... e segurando.....de repente a canoa começou, por causa da correnteza, a seguir em direção à ponte.. e a água estava começando a encobrir a dita cuja. Seu pai tentava nos acalmar com medo da canoa virar e o canoeiro para ajudar ficava dizendo...num vai dá..num vai dá....nóis vamu morrê, moço! Seu pai pediu para ele calar a boca e remar, pediu para eu segurar você bem forte (e você começou a chorar)com um braço e segurar o Alfredo com o outro....se a canoa virasse que eu não soltasse vocês ( ele achava que assim era mais fácil para ele pegar todos de uma vez só). Quando chegou na ponte ele ficou em pé e começou a empurrar para a canoa não entrar debaixo da ponte e gritava com o canoeiro para remar em direção à margem. Foi um sufoco não sabia nadar...só fiz rezar e segurar vocês até os meus dedos doerem...não sei como conseguimos sair daquele aguaceiro. Mas foi nesse momento que seu pai decidiu que todos os filhos que tivesse deveriam saber nadar desde bebê e que eu também deveria saber...e você sabe o que aconteceu..todos vocês foram jogados em piscinas, rios e mar desde pequenos e eu tive que aprender a dar umas braçadas e a boiar....mas sempre tive medo de água depois disso. Água só no chuveiro!" E assim era. Difícil ver minha mãe entrando em piscina ou no mar....até acontecia...mas o sermão antes de entrar era tão grande que o sol "perigava" desaparecer no horizonte antes de nadarmos.
    beijos

    ResponderExcluir
  13. Gente, do Céu.
    Essas eu não sabia. São pérolas para serem usadas num Tomo só para elas. Afinal, isso não é um blog e sim uma blogenciclopedia, concordam?
    delicia

    ResponderExcluir