Parentes queridos parentes

O que são parentes? Como surgem? São importantes? O que nos acrescentam? É sobre essas questões que me proponho a pensar e falar mais do que qualquer coisa. Não que outras coisas não sejam importantes.

19 de ago. de 2009

Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?

Não sei se foi domingo ou segunda que li na Folha de São Paulo, um texto de Frei Betto com transcriçoes literais do discurso proferido por Cicero, em 8 de Novembro de 63 a.C. no Templo de Júpiter no monte Capitolino de Roma. Por Júpiter! Que coisa fantástica!
É impressionante a atualidade do texto, a pertinência, a coragem de Cícero ao dizer tantas verdades olhando Catilina. Há que ser Homem para assim fazer. Quando digo Homem me refiro explicitamente a raça humana tão denegrida, tão desacreditada, tão tripudiada e mal tratada que custa acreditar que haja alguém com Moral, Dignidade, Honradez e Princípios éticos, atualmente, mas há sim: Deus é Pai, não é Padrasto. Algumas coisas me dão asco, outras perplexidades e mais algumas, assombro. Deixemos para lá.
Bom, por que iniciar um texto, após dias sem emitir o menor som em meu blog, de maneira tão enfática?
Se faz necessário para resgatar e reforçar determinadas coisas que tiveram um peso decisivo para que começasse a escrever as coisas boas de nossa família. Nunca quis falar sobre coisas ruins, rusguinhas, desrespeito, fofocas nas família. Não. O que almejei era deixar para os cantos da vida essa coisa pequena que se chama falar mal, distorcer fatos e gerar intrigas. Isso toda família, seja a natural ou adotada, tem seguramente. (o termo adotada aqui, refere-se aquelas pessoas que na vida profissional tornam-se mais próximas dos colegas de trabalho do que de um parente).
E, quer saber mais, não gosto de mesmice. Todos. hoje em dia, querem "meter o pau"? Eu quero ver o lado bom, quero apontar os ganhos, colocar a mostra situações vividas que dinheiro nenhum do mundo paga ou compra. Acredite quem quiser.
Infelizmente, percebo nas ausências de grande parte da família (em especial) e em algumas falas, uma certa descrença incômoda de quem já "superou" família, relações parentais, proximidades e mais uma serie de coisas que entendo e aceito, mas que me faz mal.
Sou uma pessoa vaidosa de meus conhecimentos o que me torna arrogante aos olhos dos outros; sou extremamente observadora o que faz com que muita gente tente esconder coisas dos meus olhos e ouvidos; busco sorver o mundo pois acredito firmemente que há mais, muito mais, sob o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia, o que leva alguns de nós a ter uma visão de mim como estranha, maluca, problemática, solteirona-ranzinza (como se isso fosse defeito de fabricação e sabemos que não é), esquisita (gosto dessa), além de outras pérolas. Não se preocupem: não estou deprimida, zangada, de mau humor (outra das características a mim imputada) ou sem assunto.
Meu único problema grave no atual momento é estar desempregada. SÓ!
Em contrapartida, sou absolutamente verdadeira quando emito opiniões, sou fiel aos meus princípios, prezo minha dignidade acima de tudo, estou disponivel para ajudar, tinha uma memória espetacular que irei resgatar aos poucos (segundo meu médico trata-se de bloqueio mental) e pasmem, sou criativa.
Durante os últimos anos vivi, em termos profissionais e por que não dizer, pessoais também, algo terrível que ninguém tem noção do que foi e que culminou em burnout (quem não sabe do que se trata está na hora de saber, vá atrás, tá?). Isso, juntamente com minha aposentadoria, trouxe consequencia como sensação de inutilidade, de incapacidade e de demérito muito difíceis de aceitar, de entender e de esclarecer a mim mesma como gostaria. Só tomei ciência disso ao assistir uma vídeo palestra, anteontem, que ao final e ao cabo, me fez chorar mansinho ao me deparar vagarosamente com a resposta que a tanto buscava sobre mim mesma. A coisa vai mais longe mas me abstenho de falar.
Estou falando sobre isso pois é ensinamento, cara gente amiga, e mais do que tudo, aprendizagem. Não há motivo para pena, pelo amor de Deus. Estou viva, saudável e acredito que a vida vale a pena ser vivida, afinal, como diz a Cila, a vida é fácil e gostosa, o que atrapapalha são as pessoas.
Hoje sei o que aconteceu comigo. Estou tratando de me curar. E vou fazê-lo. Quer queiram os meus "demônios" ou não.
Gostaria de pedir, caso alguém queira tecer um comentário, que não se atenham aos detalhes tais como palavras ou frases, sou rebuscada para falar e escrever e por isso não vou para Twitter, tá?
Isto posto, (adoro essa expressão) quero notificá-los que esse blog passará por algumas mudanças radicais, a saber:
Modelo, rigor para se aceitar ou não pessoas que queiram participar; e, principalmente, só será enviado nominalmente, ou melhor, "emailmente" para as pessoas que quiserem participar realmente, seja lendo e escrevendo, ou só lendo. Retirarei o primarada e cia da lista de avisados, pois acredito que esteja funcionando com um objetivo diferente do meu, atualmente.
Se quiserem fazer um blog e contar com minhas colaborações fiquem a vontade, mas após o final dessa semana, só receberá aviso quem enviar-me um e-mail respondendo a seguinte pergunta: Você quer continuar recebendo as novidades do parentes queridos parentes? Sim ou Não? Na verdade basta dizer sim, sou muito boa para subentender vontades.
Percebi que não gosto muito dessa coisa de não ter controle sobre quais são meus parentes que andam por aqui, sabe? É óbvio que as pessoas que já se colocaram para seguir esse blog, assim permaneceram.
Assim, vejam só, acabo de resolver um problema que estava me incomodando muito. Yesss! Menos um.
Gostaria de agradecer imensamente a Katya e comentaristas de sempre, a presença de vocês nesses dias que estive ausente.
Essa é uma das coisas que aprecio em nossa familia, companheirismo e disponibilidade, caros "parentitos tão (ou tan?) pequeños", gostaram Julia e Luis?
Ah! Gostaria de frisar que não vivo na internet como muitos possam pensar, desatualizadamente, afinal até cursos a distância está ao nosso alcance se assim o desejarmos, certo? Porém vivo DA internet. Foi através dela que consegui frilas, entre outras coisas, para sobreviver, ok? Num "guento" essa forma de dizer que não faço nada. Prefiro o velho e direto: " Você faz alguma coisa para viver, Wania?". Agradeço atencipada a atenção.
E, assim que tiverem um tempinho, vocês pais e avós de bebês e criancinhas atentem para o vídeo abaixo indicado. Não se arreprenderão. Faz parte de um documentário. http://www.youtube.com/watch?v=UkcVM0Vcwd0

13 comentários:

  1. Voltei Wania! Quero ler seu blog , opinar, sugerir ou apenas me delicitar. beijos

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  2. Katya : Presente.
    Pois então, claro que a primeira seria eu! A Laura às vezes ganha de mim! Mas hoje, tenho a grata visão de ver a minha querida prima Wanilda puxando a fila. Que delícia te ver por aqui... quantas saudades. Faça-se presente, que seja somente se deliciando, pois mesmo só assim, sinto as vibrações de pessoas que me são cara.
    Beijos querida!
    Achei essa "frase" do post interessantíssima, acho que adotarei-a para mudar o meu tradicional, velho e mofado " vou embora para pasargada..."
    É uma frase de um efeito enorme. A Catilina!!!!
    "Posto isto" (nunca ví uma pessoa parecer tanto com você, quanto eu, Wania Cristina) o que tenho a dizer é que, o meu único problema atualmente é este também : estar desempregada.
    E quanto ao fato de você estar com esta síndrome, não me causa espanto,conheço perfeitamente os sintomas. Velhas conhecidas minhas!
    Seja bem vinda minha prima querida, mesmo com Burnout, você nunca deixará de ser brilhante.
    Te admiro muito pela sua vastíssima cultura e sua inteligência sem par.
    Quanto a memória, não se preocupe, assim que tudo voltar ao normal, ela voltará para casa. Ela só foi dar um passeio, pois uma casa habitada pelo stress agudo, não é uma boa morada.


    Que bom que você voltou! A casa sem a dona, nunca é a mesma coisa. Então faça as honras e coloque ordem na bagunça que eu fiz :)
    Conte comigo para ajudar a arrastar os móveis que por ventura foram tirados do lugar!
    Beijos

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  3. Wanias, Wanildas, Dinis, Lauras, e as demais escritoras desse blog delicioso, acho que estamos voltando aos pouco, mas voltando.

    Estive meio fora do ar por problemas técnicos, ou melhor, por mudança de endereço, ou de casa, ou cafofo (como diz a Ge) e a propósito (plagiando (adoro essa expressão)) estão todos convidados para visitar Valinhos, não tem os deliciosos quitutes da Tia Walderez, mas o cafezinho é bom.

    Mas voltando a vacas gordas, pesquisei a tal Burnout, e aos preguisosos de plantão aqui vai:
    Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”. [1]

    A síndrome de Burnout (do inglês "to burn out", queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.

    A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio - necessidade de se afirmar - o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão.

    Wania, muitas pessoas, tem compulsão, bebida, cigarro, sexo, dinheiro, exercícios, falar mal dos outros, limpeza, sujeira, comprar, vender, comer, não se alimentar, fazer mal ao outros por prazer, lavar as mãos, tomar banho, ter sucesso profissional, drogas, pintar as unhas, etc, etc, etc

    Tenho também vários desafios a vencer, e tenho certeza absoluta que vou conseguir, procuro melhorar um pouco a cada dia, como vc vez e está fazendo. Digo vez porque quando a idade nos separava um pouco, ouvia a minha mãe comentar com meu pai por algumas vezes na hora das refeições: Como as meninas da Waldete não lutadoras e obstinadas, tenho orgulho das duas.
    Fazia uma vaga idéia do que ela estava falando.
    Mas hoje, quando a idade não nos separa mais, posso fechar os olhos e voltar a mesa lá de casa e ouvi-la dizendo novamente e entender exatamente o que minha mãe sentia.

    O que eu gosto dessa vida é lembrar dos bons momentos que vivi, (só dos bons), saborear os bons momentos que estou vivendo, e fazer planos para que possa viver mais um pouquinho desses momento num futuro próximo, cercado de pessoas que possam gostar de estar comigo.

    Um grande beijo a tds

    saudades matadas 50%, os outros 50 só com abraço e beijo

    Wander

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  4. Ele voltouuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.....
    Este Wander não é um amor??????
    Quem diria que "aquele" p......., chato e danado de levado, daria em um homem lindo, querido, educado, encantador, inteligente, sábio, bom pai, excelente marido, amigo maravilhoso, um homem com um humor fino... enfim, neste primo lindo e muito querido!!! Pena que a distância fisica exista, mas este meio aqui, faz a gente sentir um pouco mais perto de quem amamos.
    Te gosto viu, bonito!

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  5. Cheguei!
    Estou relendo Rollo May e acredito que caiba aqui uma observação feita por ele..."Num períordo de transição, quando os antigos valores estão vazios e os costumes tradicionais deixam de ser viáveis, o indivíduo experimenta uma dificuldade particular em encontrar-se no seu mundo"... GRAÇAS A DEUS É SÓ UM PERÌODO DE TRANSIÇÂO. O ser humano se adapta! Às vezes com um machucadinho aqui e ali, mas encontra forças que não sabia ter, caminhos que não tinha visto anteriormente e continua em frente!
    beijos em todos que uma vez ou outra se viram frente a perda de significação individual, principalmente àqueles que experimentam o "anonimato da fábrica educativa", sejam eles mestres de seus filhos ou de outrem.

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  6. MINHA QUERIDA WANIA!
    ESSA TAL SÍNDROME NÃO É PRIVILÉGIO SEU, É DE MUITAS PESSOAS CANSADAS COM VÁRIAS COISAS ACONTECENDO NESSE COTIDIANO TÃO EXIGENTE, TÃO COBRADOR E QUE ACABA NOS AFETANDO E PIOR, NÓS NOS DEIXAMOS AFETAR.
    APÓS O TÉRMINO DA TEMPORADA AQUI EM CAMPOS, TAMBÉM ESTOU DESEMPREGADA, E QUER SABER, ESTOU ADORANDO, POIS ESTOU PODENDO TOMAR CONTA DA MINHA VIDA DENOVO, NÃO TINHA TEMPO PARA NADA QUE FOSSE RELACIONADO A MINHA CASA, MEU MARIDO, MEU FILHO, ENFIM A MIM MESMA. ESTOU ATÉ PAGEANDO (TERMO MINEIRO) A MINHA MÃE, E SINTO QUE ELA FICOU FELIZ COM ISSO.
    NO COMEÇO TAMBÉM FIQUEI MEIO DEPRE, MAS FUI A BOTICA E COMPREI UM FLORAL DE BACH, QUE ESTÁ ME AJUDANDO, POIS DESCOBRI QUE A DEPRE, PROVÉM DO ÍNICIO DA MENOPAUSA.
    O IMPORTANTE É OLHARMOS PARA FRENTE E VERMOS O LADO BOM DA SITUAÇÃO.
    SOU E CONTINUAREI A SER SEGUIDORA DO SEU BLOG, NÃO NOS DEIXE SEM SEUS COMENTÁRIOS INTELIGENTES, JOCOSOS E CULTURAIS. BJKS

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  7. A Vocês, que sempre me prestigiam meu muito obrigada.
    Wanilda, bom retorno, viu? Já esteve no post 24 de fevereiro?
    Katya, amada Katya, mais uma vez obrigada por tudo.
    Wander, você é um Lord. No sentido estrito da palavra. Obrigada.
    Laura, ...Rollo May? Quanto tempo... Essa calou fundo... Dá para acreditar que ontem estava com o texto sobre o Homem que vivia numa jaula? That´s incredable!!
    Renata, Sem dúvida, minha querida, a sindrome de Burnout não é privilégio meu, pois me sentiria muito só. Quanto a menopausa, infelizmente tenho péssimas noticias: ela é muito mais do que dizem, acredite em mim, menopausa é o Ó do borogodó. Assim que nos encontrarmos faço questão de contar algumas coisas que ninguém nos avisa quando nos queixamos da mentruação, sabia?
    beijinhos e obrigada

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  8. Eu adoro isto aqui, hein, bom!
    E de ler tudo o que essa gente pra lá de boa escreve, hein, bom!
    Eu quero continuar fazendo parte do blog, hein, bom!
    Waninha, bom ter você de volta, Prima! É bem bom, hein, bom!
    Tem gente danada de inteligente nessa família, hein, gente!
    Hum, então, podem continuar nos presenteando com todos os textos ótimos que escrevem e todos os comentários ótimos que fazem, hein, bom!
    Beijão,
    Eloina

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  9. Oi Waninha. Eu também quero continuar como seguidora desse blog. Leio todos os comentários e adoro essas histórias da família. O Kleber também quer fazer parte do blog. Pode deixar toda a nossa família, por favor. Não vivi todas as lembranças de vocês, mas aprecio muito, principalmente, porque vocês (Kátya e Waninha) escrevem de uma forma deliciosa. E ainda tem os comentários, igualmente maravilhosos. Participo com muito prazer. Beijos.

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  10. Oi Waninha,

    Estou me recadastrando. Tenham todos uma excelente semana.

    beijos

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  11. Wania,
    Estive fora do ar por uns tempos, mas estou de volta. Continuarei seguindo seu blog e dando meus palpites qdo achar que devo.
    Sempre fui uma admiradora sua. Achava incrível ter uma prima tão perpicaz e observadora, capaz de ver coisas que ninguem via e com um humor sutil, um leve deboche e uma maneira leve de entender as desventuras da vida.
    Aproveite seu novo momento para fazer coisas que antes era impossivel pois não tinha tempo. Nem que seja ficar sentada num shopping olhando o movimento. Lembre de coisas que vc sempre quis fazer e nunca pode e aproveite.
    Bjs

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  12. Oi amores,
    Sabe que hoje EU fui a primeira a clicar para ver o video anexo.
    Uma peninha.
    beijinhos

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